Aguardente Especial é Lançado em Minas Gerais

Em fevereiro, os mineiros poderão consumir cachaça que não dá ressaca nem bafo. Nos próximos 20 dias, como garante o presidente do conselho diretor de Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade, José Carlos Ribeiro, também técnico do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI), a indústria de engarrafamento e envelhecimento instalado em Sabará entrará em funcionamento.

A cidade estará promovendo, na ocasião, o 5º Festival da Cachaça, que já ganhou referência Nacional. A empresa detentora da marca ” Arraial Velho ” trabalha com 30 fornecedores de cachaça produzida artesanalmente e nos últimos três anos um ”pool” de 12 fabricantes investiu Ncz$ 10 mil no projeto. Nos dias 16/17 e 18 de fevereiro data do festival, aguardente engarrafadora em Sabará poderá ser comprada e consumida pelos participantes. Há previsão de serem colocadas no mercado local, cinco mil litros do produto que terá o rótulo ” Arraial Velho”, com selo padrão de qualidade para exportação.

De acordo com Luiz Carlos Pires, da Prefeitura de Sabará, Minas consome 150 milhões de litros/anos de aguardente. A ” Arraial Velho ” , no prazo de um ano terá capacidade de preparar e engarrafar dez mil litros por dia. Para garantir a qualidade do produto, convênios com o Centro Tecnológico de Minas (CETEC) e a fundação Ezequiel Dias (FUNED), foram assassinados. As duas entidades garantirão a degustação por especialistas e análise química para verificação da presença de metais pesados, a exemplo do cofre e do Chumbo, entre outros, prejudiciais à saúde dos consumidores.

Artesanato

Explicando as principais vantagens da ” Arraial Velho ” o presidente da associação disse que os 30 fornecedores só trabalham artesanalmente, daí oferecem um produto mais saboroso, com maior oleosidade, o que impede a ressaca. A cachaça produzida em nível industrial, feita em colunas de destilação, não possui essa propriedade, além de ser misturada com químicos como ácido sulfúrico, sulfato de amônia e superfosfato, para ajudar na fermentação.

Para justificar a afirmação de que Arraial Velho não deixará ” bafo” disse que o sistema de filtragem não permite a presença de pedaço de casca de cana ou ” bagacilhos” na destilação. Aguardente fermentada com esses componentes deteriora, resultado em produto químico denominado ” fusfural ”, responsável pelo mau cheiro bucal.

Para José Carlos Ribeiro o importante é legalizar a cachaça, que já se transformou em produto nobre. Dos 150 milhões de litros consumidos em Minas, 50 milhões são artesanais, outros 50 milhões são industriais e o restante importado de São Paulo. A maior parte é vendida na clandestinidade, tanto as indústrias, quanto as artesanais.

Na sede da Arraial velho em Sabará, foram instalados seis tonéis de madeira com capacidade para 15.500 litros de cachaça. Na última semana carpinteiros, eletricistas e técnicos trabalhavam para que na data do próximo Festival da Cachaça de Sabará sejam engarrafadas pelo menos cinco mil litros de cachaça. No prazo de 1 ano a empresa terá condições de engarrafar dez mil litros/dia de aguardente pura.

 

Revista do INDI  – 1987

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