A Cachaça é um Mercado em Expansão no Estado

Bebida considerada popular e barata, a brasileiríssima cachaça quer se firmar com produtos de qualidade e, com isso, rodar o mundo e, óbvio, trazer divisas para nossa economia. Os produtores da aguardente, notadamente os mineiros, caminham para aumentar sua qualidade, fazendo do caldo de cana fermentado e destilado um produto bem-sucedido na comercialização global de bebidas nacionais típicas. A exemplo do que fizeram no México com a tequila, Escócia com Whisky, França com conhaque e a Rússia com a Vodka.

Para tanto, fabricantes passaram a contar recentemente com apoio do governo e da iniciativa privada, que criaram o programa brasileiro de desenvolvimento de aguardente de cana, Caninha ou Cachaça (PBDAC). Através dele, desde o final do ano passado, a bebida foi incluída na lista dos 55 produtores que recebem subsídios do Programa de Financiamento as Exportações (Proex). Agora, a pinga pode ser comercializada com financiamento de um ano a juros de 6%. E isso beneficia tanto o pequeno quanto o grande produtor.

Poucas exportação

Hoje, mais de 1.3 bilhão de litros de aguardente são produzidos anualmente por todos os cantos do país, garantia do emprego e sobrevivência para 400 mil trabalhadores. Do total produzido, pouco mais de 4 milhões de litros, ou apenas 0,31% são exportados. A meta é triplicar as exportações brasileiras do produto no período de três anos.

Os mineiros participam com quase 10% da produção nacional e formam uma multidão de 120 mil pessoas que trabalham na plantação da cana, na colheita, na sua transformação em cachaça e na produção de adubo e de forragem para gado. Um grande atrativo para o desenvolvimento da indústria da cachaça em Minas é a vantagem de ser uma atividade típica da entressafra agrícola, característica do período da seca. A produção de aguardente evita, portanto problemas sociais de êxodo e migrações rurais.

Há, também, um programa Mineiro de incentivo à produção de aguardente ( Pró Cachaça), lançado em 1992. Trata-se de uma iniciativa do Governo do Estado que contribui para mapear, regulamentar e aumentar a produção da cachaça, melhorar e uniformizar sua qualidade, além de buscar espaço no mercado nacional e internacional.

14 de outubro de 1998
Agropecuário
Renata Neves

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