O INDI está buscando junto a autoridades e empresários do Estado apoio para criação de uma Associação dos Produtores de Aguardente em Minas Gerais, visando criar instrumentos eficazes de modernização e expansão deste importante segmento industrial mineiro.
Esta entidade, além de congregar os produtores, deverá prestar-lhe assistência técnica e jurídica, contribuir para a legalização da produção de aguardente, incentivando a melhoria de qualidade, e atestar essa qualidade através de análise e fornecimento do respectivos selo. Deverá ainda promover a aguardente mineira visando a conquista de novos mercados.
Numa segunda etapa, o INDI pretende incentivar o desenvolvimento de um projeto piloto de cooperativa de engarrafamento em Minas, objetivando a padronização e comercialização do produto. Esta cooperativa também teria a função de aumentar as vendas legais de aguardente, competindo com produto engarrafado em que outros estados, e promover exportação.
O interessante do INDI pelo setor deve-se ao fato que Minas consome anualmente 120 milhões de litros de ” cachaça”, dos quais 50% são importados de outros estados, e o restante produzido por mais de 1.500 estabelecimentos, a maioria de pequeno porte.
O maior problema do estado é a comercialização, pois o produto Mineiro, de reconhecida qualidade, não consegue competir em preços com de outros estados, que aqui chega de outros estados. Outro fator que o INDI considera de grande importância é a possibilidade da integração da produção de aguardente com o confinamento bovino.
Através de um sistema organizado, com base na iniciativa privada e contando com apoio governamental, a produção de aguardente de qualidade permitiria integração com projeto de bovinocultura de leite e corte.
Os subprodutos das pequenas fábricas de aguardente (bagaço de cana com 40% de sacarose, ponta de cana, vinhoto e sobra de levedura) permitem alimentação do gado no período seco do ano. Numa estimativa considerada conservadora, uma fábrica de aguardente com capacidade para o 1 mil litros/dia, ou seja, com 30 ha de cana, poderia confinar cerca de 150 cabeças de gado no período seco do ano.
Ainda segundo os estudos realizados pelo INDI, considera-se apenas o volume de aguardente importado (60 milhões de litros/ano), para que Minas alcance a autossuficiência seria necessário a implementação de 400 projetos de 1 mil litros/dia. Estes possibilitariam confinamento de 60 mil cabeças, equivalentes a 300 mil arroba de carne/ano.
Revista do INDI 1987