Estado ainda importa quase um terço do seu consumo.
A produção Mineira de aguardente foi a grande homenageada de ontem da associação comercial de Minas (AC). Afinal, a cachaça vem se afirmando como a principal bebida do Estado, onde são consumidos a cada ano nada menos de que 160 milhões de litros. Dos quais cerca de 60 milhões de litros ainda são importados de outros estados, numa perda de receita, segundo estimativa feita pelo representante do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI), José Carlos Ribeiro, da ordem de US$ 60 milhões, o que ainda precisa ser evitado.
Participando do programa Mineiro de Incentivo à Produção de Aguardente de Qualidade (Pro-cachaça), José Carlos Ribeiro mostrou aos diretores da AC, reunidos na reunião semanal da entidade ontem, que, já em 1983, o INDI fez o primeiro estudo setorial sobre a produção de aguardente em Minas. Naquela época foi possível constatar que dos 90 milhões de litros/ano consumidos no Estado, 45 milhões vinham de São Paulo. A produção tinha sua origem em 1500 alambiques espalhados pelas diversas regiões.
A partir de então, houve um esforço para organização da atividade e foi criada, e 1988, Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade (AMPAQ). No ano seguinte, uma comissão de estudo sobre a aguardente de cana-de-açúcar passou a atuar dentro da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em busca de uma padronização na produção de uma aguardente de qualidade. Dessa forma, com a participação de várias secretárias do Estado, produção mineira foi se aperfeiçoando com pro-cachaça, instituto por decreto, no último dia 14 de abril, mas em processo de organização há cerca de um ano.
Hoje, s o INDI, há cerca de 4 mil alambiques em Minas, concentrados na Zona da Mata e no Norte de Minas, gerando 100 mil empregos diretos e indiretos. As 20 marcas mineiras, que haviam há dez anos, aumentaram para 150, mas a informalidade ainda abriga um universo de produtores que poderiam gerar para o Estado recurso da ordem de US$ 30 milhões, que, somados aos 60 milhões que são perdidos com o consumo de marcas de outros estados, elevam as perdas para o US$ 90 milhões/ano. Cerca de, calcula José Carlos Ribeiro, um terço do que o Minas arrecada hoje com a produção informal da cachaça (US$ 120 milhões/ano).
07/92
Angela Drumond