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Uma Nova Aguardente Entrará no Mercado Mineiro a Partir do Mês de Agosto

É Arraial Velho, envelhecida durante um ano em tonéis de madeira e produzida por 30 propriedade de alambiques localizadas próximo a Belo Horizonte e fundadores da Associação Mineira de Produtos de Aguardente de Qualidade (AMPAQ), sediada em Sabará, na região Metropolitana.
O produto estará no mercado com o selo de qualidade após ter submetido a análise em três laboratórios para verificação do respeito às exigências básicas de qualidade da associação criada há mais de dois anos e que tenta quebrar o ainda existente preconceito em relação a cachaça nos grandes centros e mesmo em cidades do interior.

Hoje existem 1,2 mil produtores mineiros de cachaça cadastrado na AMPAQ, mas que se tornarão associados a partir do início de 1991. Após o cadastramento, será obrigatório o respeito à três pontos considerados essenciais dentro da entidade para a obtenção de uma aguardente de qualidade. Em primeiro lugar, do processo de produção deve constar o uso de produtos naturais para fermentação da cachaça, como milho e o farelo de arroz. Nunca produtos químicos. Em segundo lugar, a destilação deverá ocorrer em alambiques do tipo capelo e nunca naqueles compostos por colunas de destilação contínua.

” A cachaça deve ser produzida no máximo em 3 mil litros por dia”, ressalta uma das fundadoras da AMPAQ, Dirlene Pinto – irmã do presidente da entidade, – Walter Caetano Pinto – numa crítica as indústrias produtoras de cachaça em elevada quantidades sem respeito a qualidade final do produto.

Num primeiro momento serão colocados 20 mil litros do Arraial Velho no mercado consumidor da Região Metropolitana de Belo Horizonte segundo o presidente do Conselho Administração da AMPAC, José Carlos Ribeiro Gomes Machado. A intenção da entidade é colocar 250 mil litros por mês da Arraial Velho no mercado do Rio, São Paulo e Nordeste para, dentro de um ano e meio, alcançar a marca de 500 mil litros a cada mês, todos com qualidade garantida pela entidade.

A preocupação da AMPAQ é com a qualidade da cachaça e não em tomar uma parcela do mercado do produto de Minas Gerais, afirma José Carlos Ribeiro, também presidente da Comissão de Estudos de Aguardente da Associação Brasileira de Normas Técnicas e técnico do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI), órgão do Governo do Estado, Idealizador da AMPAQ. Os 20 mil litros a serem colocados no mercado da RMBH em agosto corresponderão a 0,7% do consumo da região, enquanto 200 mil litros previstos para dentro de um ano corresponderão a uma fatia de apenas 7% do mercado.

Minas gerais produziu hoje 90 milhões de litros de cachaça por ano e consome 150 milhões de litros a cada 12 meses (32,8 litros per capita/ano), dos quais 60 milhões de litros são importados de outros estados, 90% de redução de São Paulo. A quantidade da cachaça Mineira exportada para outros estados brasileiros está aumentando, segundo José Carlos Ribeiro – que desde 1982 está à frente um projeto do INDI voltado para um apoio à instalação de novas alambique para produção de aguardente em Minas Gerais. Naquele ano, o primeiro levantamento realizado pelo órgão constatou a existência de 1,5 mil indústrias de cachaça em território mineiro. Hoje existe algo em torno de quatro mil alambiques com uma produção diária média de 300 litros.

Jornal hoje em dia
Suzana Diniz
29_07-90

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