Cachaça é em Minas, Uai.

Tese da Ampaq

Estabelecer um padrão de qualidade da aguardente mineira numa tentativa de retirar sua produção da clandestinidade. Este foi o principal objetivo da reunião entre Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade (AMPAQ), fabricantes, cooperativas e técnicas da arca, realizada ontem à tarde, no Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC)

Por representar o setor que reúne o maior número de agroindústrias do Estado, a produção de aguardente enfrenta um sério problema: A fabricação da clandestina que hoje corresponde a 60% do total. Esse percentual se diferencia do restante principalmente por não seguir as normas exigidas pelo Ministério da Agricultura, com relação à qualidade e técnicas de engarrafamento, além de não possuir o certificado de registro.

Justamente para inverter este quadro, a AMPAQ vem realizando um trabalho com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Industrial (INDI), o CETEC, a Associação Brasileira de Normas Técnicas e o Instituto de Pesos e Medidas (IMETRO), ou seja, criar condições para que a grande maioria de Alambique seja associada.
” Dessa forma haverá maior controle sobre a qualidade do produto fabricado em Minas”, garante diretor do INDI, José Carlos Gomes Machado Ribeiro, também presidente da AMPAQ. Ele entende que uma das razões para a não filiação ou registro dos alambiques é a burocracia e a falta de apoio governamental a atividade.

No sentido de incentivar a melhoria da qualidade do produto, a Associação criou o Engarrafamento Mineiro de Aguardente de Qualidade, que deverá legalizar a venda do produto de seus associados, hoje calculado em 30 fabricantes.

Inicialmente a engarrafadora vai operar um ritmo de três mil litros diários, enquanto a produção da Ampaq gira em torno de 30 mil litros/dias de aguardente.

Minas Gerais tem hoje uma produção de 95 milhões de litros anuais e o consumo estimado em 150 milhões, sendo portanto necessária a importância de outros estados.
Em nível Nacional a fabricação chegada 2 milhões de litros, movimentando recursos no valor de NCz$ 1 milhão anuais.

Nessa campanha pela melhoria do produto será aproveitado a capacidade instalada do CETEC, responsável pela análise de aguardente. ” Só após aprovação do técnico do CETEC o produto terá permissão para o engarrafamento”, garante a coordenadora do projeto de Controle de Qualidade da Aguardente do centro, Efigênia Brandão Povoa. Ela diz também que o órgão vai receber recursos no valor de NCz$ 20 mil para a montagem, ( no início do próximo ano) de equipamentos para a viabilização dos trabalhos.

” Nossa intenção é transformar Minas Gerais na terra da aguardente”, suspira José Carlos Gomes

Tribuna de Minas
08/89

Deixe um comentário