Fãs de Aguardente Ganham um Almanaque

A partir dessa semana, estará à venda nas principais livrarias de Belo Horizonte uma publicação inédita para os apreciadores de aguardente de qualidade. Em 160 páginas, almanaque da cachaça resgata os passos históricos dessa bebida, que inicialmente era uma tradição entre os negros, foi motivo de chacotas e piadas, discriminando aqueles que apreciavam tomar um gole, mas atualmente já conquistou ambientes mais requisitados requintados.

De acordo com o idealizador do projeto, Carlos Eduardo Gravatá, a consagração da cachaça como bebida nacional é resultado do processo de modernização tecnológica. O projeto, resulta de um trabalho de pesquisa de mais de sete anos, foi patrocinado pelo empresário Luiz Otávio Passos Gonçalves, presidente da Refrigerantes Minas Gerais, fabricante da Coca-Cola e Cerveja Kaiser.

Foram gastos Cr$ 10 milhões com a impressão de 3 mil exemplares.

O empresário fabrica em sua propriedade no distrito de Vianópolis, em Betim, a 42 quilômetros da Capital Mineira, as cachaças ” Vale Verde e Minha Deusa ” . As duas marcas são produzidas de forma artesanal com a cana colhida em 30 hectares da Fazenda. Nessa última safra foram produzidas 70 mil litros das duas marcas. Segundo Possa Gonçalves, o faturamento é de Cr$ 4 milhões por mês, sendo 80% proveniente das vendas realizadas para grandes Atacadistas e hipermercado como Carrefour, Paes Mendonça, Makro e Bon Marché. A comercialização dessas duas cachaças teve início este ano quando receberam o selo de garantia da Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade (AMPAQ).

No processo de produção das aguardentes, o tempo de fermentação é de no mínimo trinta horas, sem utilização de estimulantes que aceleram o processo, consumir produtos como fenóis e aldeídos prejudiciais à saúde. Na destilação, a cachaça passa por um filtro especial de pinos que retira a ” maldade da aguardente”, os álcoois superiores que provocam a dor de cabeça. O envelhecimento é feito em Barris de Carvalho.

Segundo informações do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI) Minas Gerais, 90% dos 90 milhões de litros de cachaça produzidos anualmente no estado são de alambiques clandestinos. O engenheiro agrônomo técnico do Instituto, José Carlos Gomes Machado Ribeiro, afirma que essa produção atende a 50% da demanda de Minas Gerais. Apenas 20% da cachaça engarrafada, O que representa o volume de negócios por ano Cr$ 14,4 bilhões

Por Ana Lúcia Schettino de Belo Horizonte

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