Produtores Buscam Qualidade da Cachaça Mineira

Um trabalho realizado pelo Instituto de desenvolvimento industrial (INDI), em 1982, identificou que Minas Gerais importava 50% da aguardente que consumia e que não possuía estrutura de comercialização.
Na época da pesquisa, 90% da aguardente consumida eram comercializados no mercado informal. O engenheiro agrônomo do INDI, José Carlos Machado Ribeiro, que coordenou o trabalho, afirmou que, a partir dos levantamentos feitos pelo órgão, constatou-se que era necessário estimular a produção da aguardente no Estado.

Dez anos depois, o trabalho já surtiu um grande efeito. O número de produtores passou de 1,5 mil para 4 mil e a produção aumentou de 45 milhões de litros por ano para 100 milhões. Ele disse que o INDI, após estimular a implantação de várias indústrias, convidou alguns empresários para criar uma associação para cuidar do controle de qualidade da aguardente mineira.

Dessa forma, em 1988, surgiu a Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade (AMPAQ).
A partir daí, num trabalho conjunto com a AMPAQ, o INDI e a Prefeitura Municipal de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, começaram a promover o Festival da Cachaça de Sabará, que tem procurado há anos divulgar o produto Mineiro e mostrar o desenvolvimento do setor. Além disso, o INDI e a AMPAQ conseguiram trazer para o Estado, através da Associação Brasileira de normas técnicas (ABNT), a comissão de estudos da aguardente de Cana, que já funcionava em Minas há 4 anos.

Objetivo dessa comissão tem sido estabelecer um padrão de qualidade para diversos tipos de aguardente no Brasil e dela fazem parte técnico das universidades federais de Minas Gerais, Viçosa e Juiz de Fora, além de profissionais do Centro Tecnológico de Minas Gerais ( CETEC), Fundação Ezequiel Dias (FUNED), Faculdade de Farmácia, Empresa de Pesquisa Agrícola de Minas Gerais (EPAMIG) e de outros órgãos Federais e empresas nacionais de produtores de aguardente.

Ribeiro acredita agora que, com a regulamentação do Pró Cachaça, que ocorreu em abril deste ano, ocorrerá uma maior alavancagem do setor devido a abrangência do programa. Coordenado pela Secretaria do Estado da Agricultura, Ribeiro disse que o programa prevê uma ampla assistência ao setor da aguardente, desde o plantio da cana-de-açúcar até a comercialização do produto, incluindo pesquisas, assistência técnica e até incentivos para exportação cultural

Estado de Minas
09/94

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