Estímulo à Exportação

Na realidade, o estímulo a melhoria da cachaça produzida em Minas Gerais não teve início com a criação da Pró Cachaça em 1992. Os primeiros passos começaram a ser adotados em 1982, através do INDI, que então deu início aos estudos sobre o setor, de acordo com o diretor técnico da Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade (AMPAQ) e engenheiro-agrônomo do INDI, José Carlos Gomes Machado Ribeiro.

Na época foi constatado que o setor era marginalizado, produzindo apenas a metade da aguardente que consumia, importando o restante, principalmente de São Paulo. Constatou-se também que a cachaça poderia ter sua qualidade melhorada e havia falta de higiene na produção.

Na segunda fase foi estimulada a produção local, tendo entre 1982 e 1996 crescido o número de alambiques, que passaram de 1.500 para 6.500, aumentando a produção de 45 milhões de litros por ano para 130 milhões de litros.
Simultaneamente, foram oferecidos vários cursos aos pequenos produtores, mostrando-lhes Como melhorar a qualidade, o que garante José Carlos, realmente aconteceu.
Isso, segundo ele, fez com que o consumidor também passasse a exigir um produto cada vez melhor.

Atualmente, o processo de melhoria da ” pinga” mineira está em sua terceira fase, de acordo com o agrônomo do INDI, correspondendo ao estímulo ao engarrafamento do produto, sob supervisão da AMPAQ. A fase seguinte, informa, será a exportação, dentro dos padrões internacionais de qualidade exigidos pelos consumidores estrangeiros, meta que já deverá estar atingida até o ano 2000.

Consórcio

José Carlos Gomes destaca algumas transformações no setor, com entrada do grande empresário rural na produção da cachaça e o consórcio entre a plantação da cana e a criação de gado de leite, consumidor das aparas, e de subprodutos como a farelo e a sacharina, um tipo de ração rica em proteína, tudo isso obtido a partir do bagaço da cana.

José Carlos Gomes afirma que a estimativa do INDI sobre o setor, é de que ele gera 100 mil empregos diretos e 300 mil indiretos. Apenas 10% dos oito mil produtores tem registro no Ministério da Agricultura, portanto, pagando impostos de acordo com agrônomo. O restante trabalha na clandestinidade, com a chamada cachaça granel

Minas Gerais 1996

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