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Em defesa da cachaça de alambique

Concluído o diagnóstico do setor da aguardente no estado de Minas Gerais em 1983, constatou-se a existência de 1,5 mil fábricas, com 1% de unidades industriais, utilizando elementos químicos na fermentação e destilação contínua em colunas de aço inox.

Algumas constatações importantes foram verificadas.

As fábricas tradicionais, de fermentação natural e destilação em alambiques de cobre, produziam em média 150 litros por dia, utilizando, na sua grande maioria, a mão-de-obra familiar.

O tamanho das indústrias de aguardente industrial variava de 5000 a 80000 litros por dia, numa média de produção diária aproximada 10000 litros.

Em uma das entrevistas que realizei, num dos mais tradicionais municípios produtores da cachaça de alambique, onde o produtor era bastante esclarecido, fiz a seguinte indagação: Por que o Senhor não faz alguns melhoramentos em sua fábrica? Tive como resposta: Sou vizinho de uma grande destilaria de aguardente. O preço de venda dela se iguala ao meu custo de produção, nessas condições, estou pensando em fechar o meu alambique.

Em várias regiões onde a produção da cachaça industrial se instalou, a produção da cachaça de alambique deixou de ser viável e a maioria dos produtores deixou de fabricar.

Pensando na melhor qualidade da cachaça de alambique, optamos por trabalhar pela melhoria tecnológica do setor. Incentivamos projetos técnicos dentro de uma nova concepção, passando do preconceito usual de “quando mais suja a fábrica, melhor o produto”, para “quanto mais limpa e bonita a fábrica, melhor o produto”.

 

Melhore a experiência sensorial da sua cachaça com auxílio do curso Blend, Padronização e Análise Sensorial.

Desenvolvemos a tecnologia da cachaça de alambique, tendo como base as melhores práticas de produção identificadas, dentro do universo de nossas visitas técnicas, sem deixar de lado o estudo da bibliografia existente. Assim, melhorias da produtividade agrícola e industrial foram alcançadas.

Para despertar o interesse de novos investidores, realizamos estudos de viabilidade econômica, que apresentaram elevadas taxas de retorno do capital.

Interessaram pela implantação dos novos projetos, dentro da concepção inovadora, empreendedores que tinham propriedade rural e exerciam com sucesso suas atividades profissionais nos grandes centros urbanos.

Esses projetos tiveram um efeito demonstração de grande repercussão, atraindo outros empresários para investir no setor.

O fortalecimento desse setor da cachaça de alambique, com fábricas de maior eficiência tecnológica e aprimoramento das características do produto, aumentou a sua competitividade e contribuiu positivamente para mudança no hábito do consumidor, que passou a dar mais valor à qualidade, em contraposição ao menor preço da cachaça industrial.

 

Este post tem 2 comentários

  1. juliano

    oi. gostei muito do seu site, vou verificar toda semana as atualizações.Obrigado

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