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Desenvolvimento Tecnológico da Cachaça de Alambique Ocorrido em Minas Gerais

Sempre tive interesse pelo setor da cachaça tendo em consideração o seu baixo risco de investimento, decorrente de ser um produto não perecível, com possibilidade de armazenamento e comercialização durante todo ano.  

No início da década de 1980, deparei com o documento “Cadastro dos Produtores de Aguardente de Minas Gerais”, do Instituto do Açúcar e do Álcool, que era o órgão responsável pelo setor.  No cadastro estavam computados cerca de 1.500 alambiques.  

A partir desse acontecimento, meu interesse foi aguçado, refletindo: “Por que a cachaça era tão marginalizada?, sendo que todo país que tem uma bebida típica, genuinamente nacional, valoriza o seu produto. 

Pensando em seu potencial econômico, turístico e cultural, propus a criação de um Programa de Valorização da Cachaça, onde contei com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais – INDI. 

Avaliei que poderia realizar um trabalho de cunho essencialmente tecnológico para o setor da cachaça  

Após um estudo de campo, com entrevistas realizadas com produtores e engarrafadores de todas as regiões do Estado, pude detectar os aspectos positivos, e os negativos que dificultavam o desenvolvimento do setor.  

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Essa ação foi o ponto inicial de uma caminhada tecnológica com o objetivo de aprimorar os processos produtivos, aproveitando as boas práticas do processo tradicional.  

 O trabalho, essencialmente técnico, envolveu um plano de trabalho que englobou: um diagnóstico do setor, estudo de viabilidade econômica para os projetos, opção tecnológica e estratégia de execução.  

Em 1983, o primeiro Diagnóstico da Aguardente em Minas Gerais foi publicado, retratando a situação do setor no Estado e constituindo no alicerce para a implantação dos trabalhos. 

 Delineamos um plano de ação com as seguintes estratégias:  

  • O incentivo tecnológico para a cachaça de alambique, obtida através da fabricação artesanal em destiladores de cobre;  
  • A criação de uma Associação de Produtores da Cachaça de Alambique, para estruturação do setor, através da iniciativa privada; 
  • A definição da tecnologia da cachaça de qualidade, aprofundando no estudo do processo tradicional de fabricação, valorizando as práticas corretas e eliminando as incorretas.  
  • Incentivo a novos empresários interessados no aprimoramento tecnológico.  

Como resultado dessas diretrizes, que nortearam as ações, o trabalho vem sendo coroado de sucesso, que naturalmente expandiu-se para todos os estados do Brasil. 

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